Bilhete de identidade do PIMPÂO

B.I. DO PIMPÃO

 

Nome científico: Carassius auratus (Linnaeus, 1758)
 
Nome comum:Pimpão, Peixe-vermelho, Peixe-dourado, Cometa, Ninfa, Pom-pom, Cauda-de-véu e ainda, outros nomes mais exóticos como Oranda, Ce, Wakin, Jikin, Tosakin, Ranchu, Ryukin, Wen, entre outros.
 
Nacionalidade: A sua domesticação, na China, vem desde o século X, produzindo-se por selecção artificial, um grande número de variedades.
 
Morada:No meio selvagem, os Pimpões, preferem rios e lagos de água doce de corrente fraca e substrato arenoso, e que apresentem alguma vegetação disponível, que é por eles muito apreciada.
 
Género:Durante a época de reprodução é possível observar nas fêmeas de algumas variedades de Pimpão o ventre mais arredondado. Mas como o corpo arredondado, é uma das características seleccionadas pelos criadores, nem sempre esta característica pode indicar a distinção entre macho e fêmea. Os machos, por sua vez, desenvolvem pequenos tubérculos nupciais (semelhantes a pontos brancos) em zonas específicas do corpo – cabeça, opérculos e barbatanas peitorais – sendo especialmente notórios no primeiro raio das barbatanas peitorais uma fila destes tubérculos.
 
Filiação e Nascimento:A maturidade dos Pimpões começa a partir do segundo ano de vida, dependendo da temperatura da água, alimento disponível, entre outros factores ambientais. Na natureza, a reprodução ocorre durante o Verão, mas em aquários pode ocorrer durante todo o ano. Antes da postura dos ovos, o macho persegue a fêmea durante vários dias. A fêmea durante o período de reprodução poderá realizar várias posturas de milhares de ovos cada 8 a 10 dias. Os pequenos ovos são adesivos, e se o lago ou aquário tiverem plantas aquáticas, estes serão locais de eleição para as posturas.
 
Acredita-se que as “madrinhas” de todos os pimpões actuais foram a Carpa-da-Prússia (Carassius gibelio) e a Carpa-da-Crúcia (Carassius carassius), há muitos anos atrás.
 
Idade: Podem celebrar muitos aniversários, entre 10 a 40 anos, em cativeiro ou na natureza.
 
Estado civil: Especialmente durante o Verão, são muito namoradeiros.
 
Crenças: Na China, o Pimpão é símbolo de fortuna, saúde e prosperidade, enquanto que para os Budistas é o símbolo da liberdade. No Feng Shui, tradicionalmente são colocados num tanque oito pimpões laranja ou amarelos e um de cor escura, onde os de cor clara se destinam a atrair a boa sorte e o de cor escura, representa uma dádiva aos deuses do infortúnio.
 
Habilidades e Curiosidades: Muito se tem especulado sobre a memória de 3 segundos dos peixes, mas alguns estudos e experiências com Pimpões provaram algo muito diferente. A faculdade de psicologia da Universidade de Plymouth, numa investigação levada a cabo pela equipa do Dr. Phil Gee, concluiu que não só o Pimpão possui uma memória superior a 3 segundos, mas que pode ultrapassar 3 meses de duração em relação à memória de aprendizagem associativa e memória de aprendizagem social, inclusivamente chegando a reconhecer a mão de quem alimenta.
 
Numa outra experiência com luzes de várias cores, foi possível verificar que o Pimpão consegue reconhecer as diferenças de cor.
 
Feitos e manias: O Pimpão foi importado da China para Portugal, ao que tudo indica, em princípios do século XVII. Na mais antiga literatura zoológica portuguesa (finais do século XVIII) já é referido entre nós e designado por “peixe-da-china”. Durante o século XVIII foi introduzido em vários países europeus, aparentemente a partir de Portugal.
 
Habilitações: A história do Pimpão já vem de tempos antigos e de outros continentes, e não lhes é estranho frequentar casas reais e monásticas:
 
  • Na China, durante a Dinastia Jin, é pela primeira vez, é registada uma mutação genética natural para a cor das carpas-da-prússia (Carassius gibelio) e/ou da carpas-da-crúcia (Carassius carassius). As habitualmente carpas cinzentas ou prateadas, apresentam as seguintes cores mutantes: amarelo ou dourado, vermelho e laranja. Começa aqui a história do pimpão, pela acção do Homem.
  • Durante a Dinastia Tang, os jardins d´água são muito populares na China, pelo que os pimpões com as colorações amarelo-alaranjadas são uma grande atracção. Eram exibidos em recipientes, e não nos lagos, durante ocasiões especiais ou quando se queria impressionar os convidados durante uma recepção.
  • Tão belo que é considerado o Pimpão na China, que a imperatriz da Dinastia Sung ordenou a construção de um tanque que se destinava a albergar somente variedades de pimpões vermelhos e dourados. A imperatriz tinha um carinho especial pela variedade de pimpões dourados, pois era a cor da casa imperial, e só era permitido a posse de pimpões dourados a quem pertencesse à casa imperial.
 
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Ana Caramujo Marcelino Canas
Bióloga Marinha do Fluviário de Mora
 
Fluviário de Mora
Educação – Falas do Rio
Medrar na Ribeira Raia